A intenção por traz da linguagem publicitária é persuadir, criar um costume ao produto que está sendo veiculado. Não importa os meios de comunicação em que está sendo utilizada a propaganda: televisão, revistas, outdoor, grandes jornais ou na internet. Para ser persuasiva, a linguagem publicitária busca uma aproximação com o público, marcando sua mensagem com textos e uma linguagem simpática, simples, pessoal, informal. Onde o receptor é tratado por você, buscando cumplicidade. Aproveita-se dos neologismos, dos modismos e até mesmo das gírias, sempre em busca da intimidade.
Em um primeiro momento, a linguagem publicitária atrai a atenção, desenvolvendo argumentos, concatenados e persuasivos e deixa, estrategicamente para o fim, o melhor: o apelo, a incitação e o convencimento.
Quanto ao substancial, a publicidade lança mão de uma série de artifícios de persuasão, quase todos psicológicos, tais como: animar o ego do leitor; motivar; envolvê-lo emocionalmente; buscar a sua simpatia e a sua cumplicidade; fazê-lo identificar-se com o apelo; fazê-lo crer que sua adesão ao apelo o torna superior em status, qualificação, etc.
Certos autores acham
que estamos todos praticamente à mercê do
veículo de divulgação e
maléficos métodos de estimulação coletiva, enquanto
outros alvitram que a “lavagem
cerebral” e técnicas análogas, à
disposição do moderno
manipulador de opiniões, são não apenas quase
irresistíveis como
conduzem a mudança reais e permanentes nas concepções
políticas e religiosas.
(Brown, 1971, p. 12)
O
discurso publicitário desperta a vontade, o gosto, o desejo e a
fantasia das pessoas, a linguagem usada ambiguamente, omite, abusa, exagera,
ridiculariza, brinca, aplica metáforas e expressões de duplo
sentidos. Sua elaboração está relacionada ao publico alvo que se
quer atingir. Também o uso da sonoridade, que envolve, estimula e
atinge o subconsciente do receptor fazendo-o aceitar a mensagem mais
facilmente e sem perceber que está sendo envolvido por uma trama
semântica eloqüente, tornando a assimilação da mensagem
mais
fácil. É claro que o uso dos recursos que a linguagem proporciona e
a polissemia lexical são essenciais para atingir esses objetivos.
Não são propaganda no ‘bom’
sentido comunista que significa educação,
mas no sentido ‘mau’ ou
reacionário que subentende a intenção de
enganar as massas.
Naturalmente não pode haver duvida de que a educação,
como é atualmente feita
em qualquer país, raramente não é tendenciosa
(Brown, ibidem, p. 12)
Os
produtos e artefatos oferecem a salvação do homem, e representam bem-estar
e êxito. Sem essa magia publicitária, certamente, seriam
apenas bens de consumo, mas para se tornarem objetos de desejo,
precisam ser mitificados e personalizados, adquirindo atributos de
condição humana. Sebastião
Nunes, poeta mineiro, nascido na década de 30, alerta que
Não há espaço para a
tristeza na publicidade, já que ela não vende.
Muito pelo contrário,
ela pode quebrar o encanto que liga / prende o consumidor
ao produto. A tristeza
contribui para estimular as resistências do
potencial consumidor em
adquirir tal mercadoria associada àquele sentimento.
Todo mundo é feliz //
nos anúncios de cigarro.// Todo mundo é feliz
// nos anúncios de
bebida.// Todo mundo é feliz // nos anúncios de carro.//
Todo mundo é feliz//
nos anúncios de tudo.// A melhor garota propaganda
// da publicidade// é a
felicidade (Nunes,1995, p. 63).
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